★★
Uma noite como esta
– Vamos entrar – ele falou.
– Podemos entrar pelos fundos? – pediu ela, detendo-se.
– Você vai sempre usar a porta da frente.
Sinopse:
Livro II, Smythe-Smiths
Anne Wynter pode não ser quem diz que é... Mas está se saindo muito bem como governanta de três jovenzinhas bem-nascidas. Seu trabalho é bastante desafiador: em uma única semana ela precisa se esconder em um depósito de instrumentos musicais, interpretar uma rainha má em uma peça que pode ser uma tragédia ou, talvez, uma comédia – ninguém sabe ao certo – e cuidar dos ferimentos do irresistível conde de Winstead. Após anos se esquivando de avanços masculinos indesejados, ele é o primeiro homem que a toca verdadeiramente, e está cada vez mais difícil para ela lembrar que uma governanta não tem o direito de se apaixonar por um nobre. Daniel Smythe-Smith pode estar em perigo... Mas isso não impede o jovem conde de se apaixonar. Quando ele vê uma misteriosa mulher no concerto anual na casa de sua família, promete fazer de tudo para conhecê-la melhor, mesmo que isso signifique passar os dias na companhia de uma menina de 10 anos que pensa que é um unicórnio. O problema é que Daniel tem um inimigo que prometeu matá-lo. Mesmo assim, no momento em que vê Anne ser ameaçada, ele não mede esforços para salvá-la e garantir seu final feliz com ela.
O que eu achei:
O tempo parou. Simplesmente parou. Aqueles poucos segundos em que o rosto dela se ergueu na direção dele pareceram se esticar e se estender, dissolvendo-se na eternidade. Daniel sabia que seu comportamento era abominável, interpelando daquele jeito a pobre mulher. Mas ele estava se sentindo zonzo. Havia algo naquela mulher... Acho muito difícil gostar de histórias que começam nesse pé. Fiquei o tempo todo com a sensação de "falta alguma coisa", e custei pra terminar. Pra mim a autora nunca acerta nessas histórias de amor instantâneo. Chega a ser bizarra a situação do primeiro encontro e primeiro beijo dos protagonistas. Assim que o herói vê a heroína se apaixona perdidamente, fica de vigia, arrasta a moça para um cantinho e força um beijo sem nem ao menos saber o nome da coitada! Acho que ele ficou meio obcecado por ela, af, tantas investidas insistentes, chatas. E pra completar lá na frente ele admite: aquilo não era romance, era puro desejo. Essa minha cisma com o Daniel vem desde o primeiro livro da série. O personagem sempre se mostrou irresponsável e impulsivo: a confusão que armou com o Hugh que terminou deixando esse outro personagem com uma lesão pro resto da vida, ter fugido após o incidente pra não enfrentar a situação de frente, chegar do exílio já arrumando briga com o Marcus e partindo pra violência (e olha que o Marcus era seu melhor amigo), e mais, nem ligar pra mãe que passou anos sofrendo por ele e só pensar em correr atrás da governanta o tempo todo, o tempo todo mesmo. Já a Anne é uma protagonista 'ok' (não consigo pensar em outro adjetivo pra ela), mas falta certo carisma, seu mimimi me cansou rapidinho: você é um conde, eu sou uma ninguém, uma pobre coitada, não podemos ficar juntos, af, que sono (zzz). O drama é que ela se envolveu com um lorde mau caráter no passado. Ao tentar se defender, o feriu no rosto, e ele jurou vingança. Pausa pra dizer que esse vilão parecia algo saído de Maria do bairro, kk. Engraçado que achei a Anne muito parecida com a Cat de Manhã de núpcias, da Lisa Kleypas. As protagonistas de ambos os livros são governantas que se apaixonam pelo patrão (insistente) e que vivem disfarçadas sob um nome falso porque são perseguidas por um homem malvado de seu passado, coincidência ou não, Uma noite como esta e Manhã de núpcias são os que menos gosto em suas respectivas séries. Bem, fato é que simplesmente não rolou uma boa química entre os protagonistas, romance forçado e nem de longe divertido e levinho como o anterior, e caso não tenha ficado óbvio, peguei ranço do Daniel, kk. A leitura foi meio arrastada com tantos diálogos longos e cenas das irmãs Pleinsworths (que apesar disso, são a melhor coisa desse livro). Acho que já ficou claro que do quarteto Smythe-Smiths esse foi o único livro que não gostei. Não me apaixonei.
Quando você entra em um cômodo, o ar se altera.
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