★★★★
Whitney, meu amor
Seu pai queria uma menina que fosse delicada e apagada como um camafeu, mas ela é um diamante, cheio de vida e de brilho, e isso o confunde. Em vez de apreciar o valor e a raridade de sua joia, polindo-a, para que ela brilhe mais, ele persiste em tentar transformá-la num camafeu comum. [...] Clayton adorava o espírito de Whitney, seu frescor. Voluntariosa, doce, dona de um temperamento flamejante, impertinente, inteligente, um tesouro de contrastes excitantes. Seu tesouro.
Sinopse:
II - Dinastia Westmoreland
Criada por um pai severo e frio, a encantadora, culta e impetuosa Whitney Stone não tem medo de dizer o que pensa nem de romper com os rígidos padrões de conduta esperados de uma moça da sociedade inglesa do século XIX. Principalmente quando o assunto é o belo Paul, cujo coração está determinada a conquistar. Whitney não mede esforços para chamar sua atenção, mesmo que isso signifique ser motivo de fofocas na pequena vila onde mora. Sem saber como lidar com seu temperamento, o pai decide mandar a jovem para a casa dos tios em Paris, onde aprenderá a se comportar como uma dama. E, sob o cuidado, dedicação e amor deles, ela se transforma em uma mulher sofisticada e bela, tornando-se a sensação da esfuziante sociedade parisiense. Fato que não passa despercebido aos olhos do poderoso Clayton Westmoreland, Duque de Claymore, que faz um acordo com o pai de Whitney para se casar com ela. De volta à Inglaterra e sem saber que seu destino foi selado, Whitney está decidida a conquistar seu primeiro amor, desprezando o crescente interesse do duque. Mas Clayton sabe o que quer e está disposto a enfrentar qualquer obstáculo, qualquer preço, pelo amor da mulher que ele deseja.
O que eu achei:
A envolvente e dramática história de Whitney e Clayton foi o meu primeiro contato com a escrita da autora. E é claro que eu não poderia deixar de ter um carinho especial por esse livrinho, sobretudo pela minha edição de bolso velhinha, que foi o primeiro romance de época que li (junto com Agora e sempre). Lembro que adorei o modo como a história se desenvolvia, a atração entre os mocinhos, as intrigas em que se viam envolvidos... Me apaixonei pelo gênero, hehe. Mas verdade seja dita, o livro me deixou com a opinião dividida. Embora tenha uma trama empolgante, romântica e sensual, não consegui desenvolver aquele amor literário pelo mocinho da história. O Clayton era um homem controlador, autoritário e um tanto mimado, acostumado a ter o que queria desde o berço. Tinha vezes em que achava suas tentativas de conquistar a Whitney muito insistentes, o que me desagradou um pouco. Mas acho que o ponto mais problemático (e revoltante) na história é o fato do estupro passar como um simples deslize (sim, ele a estupra). O arrependimento do Clayton foi patético e ele nem chegou a pedir perdão, foi no máximo um "eu sinto muito". A situação ainda foi invertida ao ponto da Whitney ter de ir atrás dele para reconquistá-lo! Haja paciência!
Uma observação: meu romance de época favorito dessa autora é Agora e sempre. Nele, o protagonista também é um homem autoritário e que também força a barra na noite de núpcias (pobres donzelas literárias). Mas ao contrário do Clayton, Jason de Agora e sempre mostra um arrependimento sincero e um enorme crescimento como pessoa ao longo do livro. Aquela mudança que gostamos de ver... E não era um mimadinho, filhinho de papai como o Clayton, mas um cara complexo, cheio de conflitos internos e marcado por um passado doloroso. Ou seja, para mim, faltou no herói desse livro um amadurecimento capaz de mudar a opinião que eu havia formado no início do romance. Quando Whitney e Clayton estavam juntos, não curtia toda aquela aura de desconfiança entre eles (eu sei, eu sei, muitos mal-entendidos). Mas é que às vezes ele era tão ogro com ela... e seus murchos arrependimentos não me comoviam nem um pouco. Acho até que ela teria sido feliz com o Nick, cheguei a torcer por eles também, fiquei muito dividida, como falei. Foi como quando assisti à novela Esmeralda e torci pelo Álvaro e não pelo José Armando em dado momento, rs. Mas assim, tirando isso, a química do casal principal é inquestionável, e os dramas são instigantes do começo ao fim. Quanto ao desfecho, achei um pouco corrido, e com muita atenção para o Stephen (irmão de Clayton) e para o nascimento do filho dos protagonistas. Ah, e confesso que pra ter sido ainda melhor, queria ter visto o Clayton sofrer e rastejar um pouco mais pela mulher que amava, era o mínimo, depois de todos aqueles surtos de fúria descontrolada. Pense num protagonista difícil, penso que ele poderia ter evoluído muito mais ao longo do enredo, mas... ok. Não nos esqueçamos que é uma história ambientada entre 1816 a 1820 e com muitos, muitos mal-entendidos pra separar esses dois. Bem, apesar disso tudo, a vibrante sintonia entre os protagonistas rendia cenas gostosas de acompanhar. Eles simplesmente tinham aquela química faiscante que funcionava. E apesar de todos esses defeitos, Whitney, meu amor é um livro muito bom, com um drama noveleiro dinâmico e cheio de reviravoltas, um romance que fica guardado na memória da gente.
– Se um dia eu imaginar que você está pensando em me abandonar, juro que a trancarei no quarto e porei barras nas portas e janelas – disse ele por fim, erguendo um dos pés dela e envolvendo-o na toalha. – Você ficará lá dentro comigo? – perguntou Whitney com lágrimas na voz. Clayton beijou-lhe o pé. – Ficarei.
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