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Apenas amigos?
Você já ouviu falar do fio vermelho do destino? Estou estudando mandarim e tenho aprendido muito sobre a cultura chinesa. E li uma história que mexeu muito comigo. Segundo uma lenda, duas pessoas que se amam estão conectadas por um fio vermelho amarrado no dedo mindinho de cada uma. Elas estão destinadas a se amar desde o nascimento, independentemente do lugar, da hora ou das circunstâncias. Essa linha pode se esticar ou se emaranhar, mas nunca arrebenta.
Sinopse:
Status do relacionamento: complicado. Ele quer uma família grande. Ela quer retirar o útero para não sofrer mais. E ambos querem um ao outro. Kristen é uma mulher prática. Não faz drama nem joguinhos e não tem paciência para caras que não entendem seu humor afiado. É muito sincera, mas guarda um grande segredo: aos 24 anos, terá que passar por um procedimento médico que a impedirá de engravidar para sempre. Por isso, planejar o casamento da melhor amiga é uma experiência agridoce – especialmente quando ela conhece o padrinho, Josh, um bombeiro sexy do tipo que estamparia calendários. Josh é fofo, engraçado, não se ofende com o sarcasmo dela… e ainda tem malditas covinhas. Até Dublê Mike, o cachorrinho invocado de Kristen, o adora. O único problema é que Josh cresceu numa família enorme, com seis irmãs, e também quer ter muitos filhos um dia. Kristen sabe que Josh estaria melhor com outra pessoa. Ela não quer se envolver romanticamente, então propõe uma amizade colorida. Mas até quando seu coração manterá esse acordo? Apenas amigos? retrata a infertilidade e a perda de um jeito irreverente, sensível e apaixonante.
O que eu achei:
Adoro perfumes. Mas tem uns que me encantam apenas nas notas de saída e depois acabam não funcionando mais. A fragrância evolui e algo desanda, fica enjoativa... Esse livro foi mais ou menos assim: promissor no começo, nauseante depois. A infertilidade pode ser um tema sensível para algumas pessoas, mas não sei se a autora foi feliz com sua protagonista lidando tão mal com essa questão. Vamos lá... Kristen é uma personagem bem irritante, ela passa um tempão indecisa entre Tyler e Josh (dois caras legais), é imatura ao extremo e incapaz de conversar sobre coisas importantes e que impactam na vida de um casal, preferindo decidir pelos dois. Tinha uns argumentos absurdos e claramente precisava de acompanhamento psicológico (!). Fez o Josh se sentir mal do começo ao fim da história... ela fugia, ele corria atrás – repita isso umas 50x – e temos a dinâmica do casal, que canseira! E no fim esses dois simplesmente se casam e ela engravida milagrosamente. Em nota, a autora diz que a felicidade da Kristen não estava condicionada à maternidade, mas sim em entender que a incapacidade de gerar filhos não a definia, humm... mas ainda assim garantiu um final feliz com uma gravidez surpresa, né? Mais clichê impossível. Sim, acredito em milagres, em coisas lindas e surpreendentes, e adoro esse mesmíssimo final em vários romances, como em O milagre (Nicholas Sparks) e em O conde enfeitiçado (Julia Quinn - considerando o 2º epílogo), por exemplo. É só que as coisas parecem jogadas aqui, soluções fáceis que brotam do nada pra finalizar uma história mal desenvolvida. Assim como a mudança na personalidade da mãe da Kristen, que simplesmente muda no final. Porque sim. E vamos lá, é desnecessariamente cruel o destino dos melhores amigos dos protagonistas. Odiei o que aconteceu com Brandon e Sloan. Acho que o objetivo da autora era dar mais uma lição de vida, fazer a Kristen aceitar o Josh e deixar de complicar tanto sua própria história. Sério, muito injusto. Tinha outras maneiras de chegar a esse fim. Chorei muito pela Sloan, que deprê. Af, são inúmeros capítulos de sofrimento desnecessário nesse livro. Até gostei do Josh, mas era capacho além da conta. Então não fluiu. E um detalhe sobre mim: quando eu tinha 20 e poucos anos fiquei sabendo que não podia gerar filhos naturalmente, na época fiquei muito triste com a notícia (claro), mas hoje estou bem, estamos bem, graças a Deus. Adoro minha vida, meus projetos, meu lar, meus peixinhos, me sinto muito amada e sinceramente nem sei se quero ser mãe no futuro. Talvez tenha um gato, hehe. Analisar as coisas e conversar é muito importante no processo e pra mim a autora pecou nisso, pois em nenhum momento vemos a Kristen buscando ajuda ou verdadeiramente se aceitando. Ela só se diminui o tempo todo e enxerga as mulheres que não podem engravidar como uma absurdidade da natureza, incapazes de viverem uma vida feliz, tanto que seu happy ending só é completo com a chegada de um filho biológico. Ainda senti que os personagens desvalorizavam a adoção, como se filho adotivo não fosse "filho de verdade", um desserviço.
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