Amor de verão

O tempo é volúvel — comentou ele —; quando você precisa dele, não há muito. Mas quando acorda às três da madrugada, há tempo em excesso. [...] Às vezes um desvio é melhor do que um caminho planejado, e você acaba chegando no mesmo lugar no final.

Sinopse:

Segunda natureza — A repórter de celebridades Lee Radcliffe tem de cumprir uma pauta bizarra: acampar durante duas semanas com Hunter Brown, popular escritor de romances de terror cujos hábitos são, no mínimo, estranhos. Lee está decidida a conseguir a entrevista mais importante de sua carreira, mas durante o tempo em que passa com Hunter e o conhece mais de perto, ela começa a considerar algo além de um simples furo jornalístico. Retratos de um verão — Ao ser convidada para preparar um ensaio sobre o estilo de vida americano durante o verão, a fotógrafa Bryan Mitchell intuiu uma boa oportunidade para mostrar seu trabalho. O único problema seria ter de realizar o projeto em parceria com o rude e cínico fotojornalista Shade Colby. Acostumado a trabalhar sozinho, passar um verão na companhia de uma fotógrafa de celebridades não era a ideia de um trabalho dos sonhos para Shade. Mas eles terão que aguentar a companhia um do outro se quiserem participar desse importante projeto. No entanto, Bryan e Shade discordam sobre tudo, isto é, exceto sobre a forte atração que sentem um pelo outro...


O que eu achei: 

Tenho um montão de livros da Nora. E é aquele lance: até os ruins são legaizinhos pra passar o tempo. Ora uma joia preciosa, ora uma bijuteria chinfrim. Segunda natureza é do segundo tipo, e está tudo bem, rs. Lee é uma personagem um pouco fria, ambiciosa e insegura também. Hunter é aquele típico mocinho dos anos oitenta: um poço de arrogância, às vezes machista e ainda fumante (beijos com cheiro e gosto de cigarro, que atrativo). Admito que não me identifiquei com esses dois, embora eu curta romances desse período. Sinceramente não consegui compreender o que um atraía no outro. Durante as duas semanas no acampamento eles pareciam apenas se suportarem, não soava como se estivessem se apaixonando. Eles não tinham coisas em comum. O cara não a tratava mal, mas também não era gentil com ela. E de repente lá estão eles fazendo amor no meio do mato quando aparece o cachorro/lobo do Hunter e é como se eles estivessem no quintal da casa dele durante todo esse tempo, kk. E o quintal é simplesmente o Grand Canyon! E após duas semanas de convivência com uma completa estranha, ele a pede em casamento e espera que ela largue seu emprego estável para viver com ele e sua filha. Vamos combinar que a relação desses dois é completamente apressada e irrealista. Teria sido melhor se as coisas pendessem para o lado sobrenatural. Mesmo assim, consegui deixar esses detalhes de lado e apreciei o livro como uma leiturinha despretensiosa. Mas o segundo dessa duologia é bem melhor. 

— O que o fez se tornar um escritor?
— Nasci escritor. Acredito que muitas pessoas nascem escritores ou artistas e morrem sem nem mesmo ficarem sabendo disso. Livros deixam de ser escritos, quadros deixam de ser pintados. Os afortunados são aqueles que descobriram sua vocação. Talvez eu tivesse sido um excelente jogador de futebol.

Retratos de um verão é um romance bacana e descontraído, perfeito para ler nas férias. Dois fotógrafos com estilos diferentes embarcam num projeto que faz com que viajem pelos Estados Unidos na melhor das estações, o verão. Grande parte da história é apenas sobre isso: Shade e Bryan explorando cenários e fazendo retratos. Gosto da época em que a história se passa (filmes fotográficos - que nostalgia), gosto da sensibilidade artística da autora e da descrição generosa da paisagem em torno deles. Consegui visualizar claramente cada foto e me peguei sonhando em ver pessoalmente um campo de trigo e o Grand Canyon, lugares que nunca havia pensado em visitar (fiquei tão inspirada que fui pesquisar sobre este último e até imprimi uma foto pra colar na minha agenda). Durante essa viagem, Shade e Bryan passam de estranhos que se irritam a amantes casuais que eventualmente se descobrem apaixonados. Claro que tem umas coisinhas implausíveis, assim como na história anterior, mas torci por eles, e apesar de não ser um dos melhores livros da Nora, Retratos de um verão traz um quentinho ao meu coração. Acho que os protagonistas são imperfeitos e realistas, ora cativantes, ora chatos e temperamentais, cada um com sua cota de cicatrizes e mágoas, com seus defeitos e qualidades, gostei de vê-los escalando os estágios do amor, pois esses dois não se apaixonam do dia para a noite (obrigada por isso, Nora). E o fim nos reserva algo feliz e reconfortante, como deve ser.

— Acredito que a gente tem de pegar o que há de bom em cada coisa, o que existe de belo, e ir nessa direção. O resto a gente tem de lidar, mas não a cada minuto de cada dia.


Aroma do dia: chá com biscoitinhos
Ouvindo: I've had the time of my life / Dirty Dancing

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