★★★★
Volta ao lar
Existe bastante estabilidade na vida. Empregos, contas, apólices de seguro. É isto que dá o equilíbrio. Mas às vezes você tem que andar na montanha russa, disputar uma corrida, pegar uma onda. É isto que torna a vida divertida. O truque é impedir que uma extremidade desequilibre a outra.
Sinopse:
Três mulheres precisam redescobrir o amor em família antes de se entregarem às grandes paixões de suas vidas. O lado mais romântico e cinematográfico de Nora Roberts é revelado nas três histórias que compõe a coletânea Volta ao lar. Concerto inacabado (1992), Ilha das Flores (1982) e Sem promessa, sem compromisso (1987). Página após página, conhecemos a vida de personagens que encontraram em um relacionamento amoroso a solução para problemas profundos com suas famílias. Em Concerto inacabado, é narrado o drama da concertista Vanessa Sexton. Após dezesseis anos sem ver Loretta, sua mãe, Vanessa queria respostas para as inúmeras questões do passado que a atordoavam. Quando retorna ao lar materno, Vanessa começa uma busca por si mesma e acaba encontrando Brady Tucker, seu primeiro amor. Com a ajuda de Brady, Vanessa aos poucos retira os véus que cobriam a verdadeira face de Loretta e descobre que ainda havia uma chance de juntar de novo os pedaços de um coração partido. Ilha das flores tem como cenário o Havaí. Nora lança mão de seu talento para descrever paisagens exóticas e ao mesmo contar a história de Laine Simmons, uma mulher frágil, marcada por uma mãe dominadora, que a afastou do pai por muitos anos. Após a morte de sua mãe, Laine parte para o Havaí com a intenção de reencontrá-lo. Ela não esperava que o comandante Simmons a recebesse de braços abertos depois de tanto tempo separados. Apenas, desejava revê-lo antes de dar início a uma vida completamente nova em Paris. Ao chegar ao arquipélago, Laine descobre que seu pai é dono de uma pequena companhia aérea, e que tem um sócio, o charmoso e arrogante Dillon O'Brian. E ele está bastante disposto a desmascarar Laine e proteger o comandante, caso a filha pródiga tente magoá-lo. Mas nem tudo é o que parece e Dillon e Laine acabam caindo nas armadilhas do amor. Sem promessa, sem compromisso é uma história provocante que retrata em tons fortes o que pode acontecer quando duas pessoas muito decididas se apaixonam. O produtor David Brady deseja fazer um documentário especial sobre paranormalidade. Para o programa ter mais impacto, ele convida a vidente Clarissa DeBasse. Mas Clarissa precisa que sua agente, Aurora Fields, concorde com a participação, e isso faz com que Brady e Aurora negociem diretamente. Eles logo se sentem fortemente atraídos, e muitos segredos passam a ser revelados, mudando o rumo da vida de todos para sempre.
O que eu achei:
[Concerto inacabado] Volta ao lar conta com três histórias independentes, três casais bonitos e heroínas com problemas familiares em comum. Eu li o livro em ordem inversa: Sem promessa, sem compromisso, Ilha das Flores e por fim, Concerto inacabado. A sinopse deste foi a que menos me encantou e por isso o deixei por último. Vanessa é uma famosa pianista, que após muitos anos volta à sua cidade natal e revê a mãe, com quem não falava há anos, e seu primeiro e único amor: Brady. Aqui rola aquele clichê de mal-entendido que separou os mocinhos por muitos anos. Tinha tudo pra ser legal, mas o maior problema foi que não gostei da protagonista. Vanessa é uma mocinha totalmente insossa, com a personalidade de um chuchu, e não senti uma faísca sequer entre Vanessa e Brady. Embora desconhecesse alguns fatos importantes do passado e seus ressentimentos fossem compreensíveis, suas ações infantis não eram justificáveis. Estamos falando de uma mulher de quase 30 anos dona de uma ingenuidade inacreditável. Laine, de Ilha das flores, por exemplo, cheirava a leite, recém-saída de um colégio interno católico, super convenceu como uma mocinha ingênua e pouco vivida. Mas isso não cola com Vanessa, não consegui me importar com seus dramas e senti que a personagem carecia de uma personalidade mais marcante e até de vontade de ser feliz. Os outros personagens principais são aqueles tipos bem básicos. Brady, um médico bonitão, paciente e charmoso, e Loretta, a mãe arrependida que guardava segredos do passado. E penso que tudo poderia ter sido evitado ou facilmente resolvido se a mocinha fosse mais dona de si, menos complicada e quisesse de fato sentar e conversar sobre o passado ao invés de ficar sempre adiando o assunto. Gosto muitíssimo mais das duas últimas histórias do livro.
[Ilha das Flores] Essa história me cativou do início ao fim, muito graças à mocinha fofa. Sim, é oitentista e antiquado sob vários aspectos, mas Ilha das Flores é um dos meus livros de conforto da vida. E creio que apenas as românticas da velha-guarda vão apreciá-lo devidamente. Laine é a mocinha mais meiguinha e generosa dentre as três, o cenário é lindo e perfeito pro amor acontecer (como estar na ilha paradisíaca do The sims) e os protagonistas causam palpitações, ternura, raiva, sensação de injustiça, uma montanha russa de emoções. Dillon é aquele tipo de herói romântico das antigas: envolvente, porém autoritário, rude, dono da verdade, rico e estúpido em muitos momentos (que raiva dele em algumas cenas)... tipo Clayton Westmoreland e Jason Fielding (de Whitney, meu amor e Agora e sempre), aquele típico macho-alfa que simplesmente não consegue enxergar a verdade e acredita em todas as calúnias acerca da mocinha. O pai da Laine também me irritou: mandar dinheiro (ainda que ele tivesse chegado às mãos da filha) não é ser pai, e culpar uma criança por abandono é surreal. Por que nunca visitou a filha? Por que não lutou por sua guarda? São perguntas para as quais nunca teremos respostas, já que a Laine era bondosa demais para se ressentir delas. Deixando isso de lado, a química entre Dillon e Laine é estonteante... e como é glorioso vê-lo tendo que engolir seu orgulho, seu preconceito e rastejar pela mocinha, hehe. Me emocionei muito com o final. E também consegui perdoar o Dillon pelas grosserias. Laine merecia ser muito feliz, que personagem forte e gentil! Ela parecia a Cinderela em pessoa: "tenha coragem e seja gentil". Só me restou imaginar um epílogo enorme: eles se casando, a primeira vez do casal, ela voltando pra ilha e reencontrando o pai, Miri abençoando a união e aquela havaiana maldosa sendo envergonhada em praça pública...
Ela cedeu a ele como um salgueiro jovem cede ao vento.
[Sem promessa, sem compromisso] Estou com essa meta de ler todos os romances de Nora Roberts que encontrar pela frente. Sem promessa, sem compromisso é mais uma história com muita essência de Nora Roberts: fluído, gostoso de ler, com uma história interessante sobre mediunidade, personagens cativantes, romantismo e cenários que enchem os olhos da imaginação. Durante a produção de um documentário sobre paranormalidade, David e Aurora se veem atraídos, mas como eles são aquele típico casal que tem dificuldade em assumir seus sentimentos mais profundos, lutam contra isso e tentam manter um relacionamento absolutamente casual, aí já viram... ele é um produtor cético, ela uma agente crédula (além de também ser sensitiva, o que é revelado mais adiante - assim como o fato de Clarissa ser sua mãe), o que só poderia resultar num belo final feliz. E é maravilhoso acompanhar a jornada até lá. Só tenho algumas ressalvas: Enquanto David é puro charme e mais emoção, Aurora é supreendentemente mais cabeça dura, e confesso que ela me irritou um pouquinho com suas neuras, mas eu entendi a personagem e gostei dela. Também senti falta de um epílogo, e assim como em Ilha das Flores, tive que imaginar...
...S2...
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