Perigo

Sinopse:

Coletânea de três histórias: Negócio de Risco – O advogado Jonas Sharpe viaja para a ilha de Cozumel com a missão de investigar a morte de seu irmão gêmeo, Jerry. Ele trabalhava para Liz Palmer, dona de embarcações para passeios turísticos e de uma loja de aluguel de equipamentos para mergulho. Jonas desconfia que Liz seja a responsável pela morte de Jerry, por isso tenta seduzi-la para descobrir a verdade. Alerta da Natureza – A historia se desenvolve em torno da morte de um dos hóspedes de uma pousada nas montanhas. O corpo é descoberto pela fotógrafa Autumn Gallagher, que logo se dá conta de que todos na casa são suspeitos, incluindo Lucas McLean, por quem é perdidamente apaixonada. A Suspeita – O agente federal Roman De Winter parte sob disfarce para as ilhas Orcas a fim de investigar um caso de falsificação e contrabando. A principal suspeita é Charity Ford, dona de um hotel que herdou do avô. Ao ser contratado por Charity como ajudante para terminar a reforma do estabelecimento, Roman conclui que ela não está envolvida no caso, mas que corre grande perigo.


Alerta da natureza

Ao chegar a um hotel isolado nas montanhas, Autumn Gallagher se depara com o homem que jurou nunca mais ver. Lucas McLean é bonito, misterioso e problemático. Três anos antes, ele partiu o coração de Autumn sem dar nenhuma justificativa. Mesmo assim, fica claro que a enorme atração que sentiam um pelo outro apenas se intensificou com o tempo. Porém, ela sempre desconfiou que Lucas escondia algum segredo. E quando um dos hóspedes é assassinado, Autumn começa a se perguntar se Lucas não teria relação com o crime. Será que seu grande amor poderia ter cometido um assassinato a sangue-frio? Agora, ela precisa descobrir a verdade antes que seja tarde demais.

O que eu achei:

Perigo nos apresenta três histórias que posteriormente foram relançadas individualmente. Particularmente prefiro os compilados. Alerta da natureza foi a história que escolhi ler primeiro (elas não se relacionam, então dá pra ler na ordem que a gente quiser). Trata-se de um suspense bacaninha com uma pitada de romance (problemático) com a cara dos anos 80. Uma noite de tempestade, um crime num hotel isolado, muitos suspeitos... Bom, de ponto positivo a leitura é rápida e a gente fica querendo saber quem é o assassino e as suas motivações. Algumas coisas são sem sentido? Totalmente. Após a Helen ser morta todos ficam contando pra Autumn os segredos usados pra chantageá-los, e aparentemente lidam com muita naturalidade com o fato de estarem isolados, ter um assassino entre eles e um corpo num dos quartos (acho que eles passam dois dias sem poderem chamar a polícia e o corpo lá em cima...). Como assim eles vão simplesmente tomar um cafezinho? Mas o maior problema de todos em Alerta da natureza é o Lucas. Que personagem odioso! Um babaca agressivo e instável por quem a mocinha se derretia toda. O cara era um asco com ela, violento e só a chamava de 'gata' (o que me irritava ainda mais, kk). Pra mim Lucas é o mais intragável dos personagens da Nora, o pior de todos os mocinhos de todos os tempos. Ele muda da água para o vinho no final, confessa seu amor e é facilmente perdoado. E eu só queria gritar: "NÃOOO! Autumn, sua boboca, não fica com esse cara!" Que casal problemático, Norinha. Pra mim não funcionou como romance, só vou passar pano porque a) é da década de 80 e b) o suspense me prendeu na trama. O final foi meio abrupto e deixa uma sensação de que faltam páginas... enfim, é isso. Um 3/10 pelo suspense, adorei o clima do hotel. 

Negócio de risco

Liz Palmer era a perfeita combinação entre inocência e mistério. E também a principal pista para o advogado Jonas Sharpe encontrar o assassino de Jerry, seu irmão gêmeo. Ele havia trabalhado para Liz como instrutor de mergulho durante o curto tempo em que passou na ilha de Cozumel. Agora, Jonas desconfia que Liz esteja envolvida com a morte de Jerry, e sua única arma para descobrir a verdade é a sedução. 

O que eu achei:

A sinopse de Negócio de risco é interessante, mas as coisas foram se desenrolando de uma maneira entediante pra mim. É simplesmente uma história chata. Gosto da autora e de vários romances oitentistas, e em geral não me incomoda tanto ver o mocinho fumando a todo instante e achando que pode mandar na vida de uma mulher que acabou de conhecer. Mas o Jonas, sei lá... é um cara bem invasivo, não me conquistou. Forçava demais a barra, entrando como um furacão na vida da Liz, sem pedir licença pra nada. Tipo, não gostei de saber que ele foi atrás da filha da Liz, uma criança que morava em outro país, e saiu para passear a sós com a menina, sem o conhecimento da mãe. E que tipo de avós permitem que a neta vá passear com um homem estranho, hein? Mas eu entendo que hoje pensamos diferente de antigamente. À medida que avançava na leitura, não conseguia deixar de pensar que todo o caos na vida da mocinha começou porque ela abriu a sua casa para um homem estranho. E ela fez isso duas vezes. Com o Jerry e com o Jonas, e acabou se envolvendo no maior rolo: vingança, assassinato, gangue e tráfico de drogas. Essa parte do suspense envolvendo a morte do Jerry, a descoberta dos envolvidos e o desfecho dos crimes foi a parte mais interessante de acompanhar, já a história de amor dos protagonistas não me envolveu. Os sentimentos, a meu ver, não desabrocham de maneira natural e emocionante, lá estão eles se beijando, e lá estão eles tãão apaixonados. Um amor que floresce do nada e em pouquíssimo tempo. Também me incomodei com a maternidade da Liz. Ela sempre deixou claro que tinha dois amores: o trabalho e a filha. Mas era bem óbvio que participar da vida da menina e tê-la por perto não era muito importante. Sim, a autora justifica a motivo da Liz preferir deixar a filha morando com os avós em outro país, mas foi uma motivação fraca. Quem desiste de ver seu filho crescer todos os dias pra ser uma forte mulher de negócio? O que uma coisa tinha a ver com a outra? Talvez eu não acredite em relacionamentos à distância.

A suspeita

Uma pousada aconchegante e acima de qualquer suspeita pode ser o disfarce perfeito para uma gangue violenta. Ou talvez seja o porto seguro que Roman sempre buscou... Os turistas hospedam-se na pequena e charmosa pousada de Charity para fugirem da rotina. Mas o agente do FBI Roman DeWinter sabe que algo escuso acontece por trás da fachada de aconchego. Sua missão é desmascarar uma perigosa gangue de criminosos operando dentro do estabelecimento. Sob o disfarce de um andarilho contratado como faz-tudo, inicia a investigação. Embora Charity seja potencialmente suspeita, Roman não consegue evitar a atração que sente por ela. E quando um ataque surpresa a deixa ferida e abalada, apenas Roman sabe o quão perto da morte ela passou. Impedido de revelar seu disfarce, ele terá que proteger Charity e, ao mesmo tempo, lidar com malfeitores que se tornam mais violentos sob pressão. Até que ponto Roman será capaz de suportar viver um papel duplo para salvar seu amor de uma grande ameaça?

O que eu achei:

A trama em si não é ruim, gostei muito desse lance de um policial disfarçado se apaixonar por uma suspeita no meio de uma investigação. Tinha potencial pra uma boa história, mas a parte investigativa não é empolgante, quase nada acontece, e o romance [de novo] não me convenceu. Eu não acreditei no amor de Roman e Charity. Tesão, desejo, vá lá... mas amor? Tipo, dentro de apenas uma semana eles se conhecem, se declaram apaixonados, rola sexo e planos pro casamento. Achei muito absurda a relação deles. E salvo uma ou outra exceção, não gosto de romance onde o casal mal se conhece e já rola amor instantâneo. Charity é uma moça carente que tem muitas ganas de se apaixonar, ela aparentemente não tem muito critério pro seu "homem ideal" e romantiza tudo no Roman desde que põe os olhos no cara – pra não dizer que fica meio obcecada. Ela encontra esse andarilho taciturno e esquisito num estacionamento e simplesmente o convida pra entrar no carro dela e ainda o traz para viver e trabalhar sob seu teto. Minha nossa, essa personagem é tão imprudente (pra não dizer burra) quanto a Liz, da outra história. Eu praticamente podia ouvir: Perigo, Will Robinson! Perigo! Quem dá tamanha abertura pra um cara estranho, sem saber nada a respeito dele? Ok, ele era um policial. Mas ela não sabia disso! Na vida real, muitas mulheres já deram de cara com psicopatas em situações semelhantes. A mocinha é tão sonsa e cabeça de vento que não é de se estranhar que alguns funcionários tivessem montado um esquema de falsificação bem debaixo do seu nariz. E cabe dizer que o Roman não tem qualquer atrativo pra justificar a paixão fulminante que desperta na mocinha. Sei lá, faltou algo, talvez charme, carisma, química ou profundidade. No hotel, Roman fuça os papéis da Charity e faz ligações misteriosas (esse é todo o suspense que temos), e eles estão sempre se esbarrando aqui e acolá, enquanto a autora tenta nos convencer de que eles se atraem mutuamente e não param de pensar um no outro, mas é tudo tão, tão forçado que chega a ser triste de ler. Falta tempo de desenvolvimento, o casal soa precipitado, efêmero. Se fosse uma situação real, eu não acreditaria na durabilidade do casamento deles, é isso. A suspeita não é de todo ruim, porque já li piores, mas também foi maçante e chatinho de ler. E dos três contos, o meu favorito foi Alerta da natureza, não gostei do Lucas (nem do Jonas ou do Roman), mas o mistério do assassinato no hotel foi o que mais me prendeu.

Algumas pessoas perdem uma perna, a mão ou o olho. Ou conseguem lidar com isso ou se tornam amargurados com a perda. Não vejo que parte sua está faltando, Roman, mas é tão trágico quanto.

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