★★
Amélia
Sinopse:
Amélia, embora fosse independente e vivaz, sempre se refreou diante da raiva do pai. Ele estava determinado a que ela se casasse com alguém da influente família Cullhane, melhor que fosse o tranquilo Alan, o filho mais jovem. Mas foi o olhar feroz de King Cullhane que assombrou a sua mente. Ela sabia que no fundo King a queria, mas não confiava nela. E Amélia tampouco podia negar a necessidade avassaladora dentro dela que só poderia ser amenizada pelo abraço selvagem de King...
O que eu achei:
Ai, ai, preciso de um cafezinho. Que a autora tem manias por heróis arrogantes, isso não é novidade, mas aqui DiPalmer pesou a mão com gosto, hein? Vejamos, Amélia é uma jovem apagada pelas dificuldades da vida, é bastante submissa ao pai – doente, violento e alcoólatra – e morre de medo dos seus acessos de raiva. E sendo a violência doméstica algo tão comum naquela época, Amélia faz o que a maioria das mulheres do passado fizeram: aguenta calada. Alan e King são irmãos, e o pai de Amélia quer vê-la casada com Alan. Nisso, ela passa um bom tempo na companhia do agradável Alan e sua família, sendo alvo constante do desprezo e dos comentários maldosos de King, o primogênito da família. Aos poucos King se vê relutantemente atraído por Amélia, ao mesmo tempo em que continua odiando-a inexplicavelmente. Por ter sido traído por uma mulher no passado, é cruel e agressivo com Amélia em todas as interações, chegando à conclusão de que ela só quer o dinheiro da sua família. A pobrezinha é tão sofrida quanto um filhotinho de gato abandonado, tão abnegada e boazinha que chega a dar nervoso, porque mesmo tendo a oportunidade de pedir ajuda ao irmão no exército, ao médico da cidade, aos pais de King e Alan, aguentou os surtos do pai como uma verdadeira mártir. Fato é que ela é apaixonadíssima pelo King (o que eu NUNCA vou entender), que percebendo isso e querendo afastá-la de Alan, força a situação e ela se entrega a ele. Essa cena por si só já é muito complicada porque eu a entendi como um estupro. Mas é claro que faltava aquela dose de maldade a mais. Não bastanto humilhar Amélia após o ato sexual, ele vai de encontro ao terrível pai de Amélia e conta o que aconteceu entre eles, pintando a mulher que acabara de violentar como uma vagabunda. Nisso o pai de Amélia a deixa à beira da morte com uma surra colossal e morre logo em seguida, em decorrência de um tumor no cérebro. Machucada, confusa e traumatizada, ela é acolhida pelos pais de King e Alan, enquanto King repensa seus atos e logo depois é fácil e rapidamente perdoado. Final feliz. Gente do céu, isso era pra ser uma história de amor? Nunca pensei que diria isso, mas Clayton Westmoreland (de Whitney, meu amor) é um santo comparado a King Cullhane. Esse protagonista é, a meu ver, o grande vilão da história, o maior algoz de Amélia. King não sofre punição, não demonstra um grande arrependimento, não chora pelo que fez. E a mocinha se passa nessa bondade toda, a rainha do perdão, o ser mais iluminado e indulgente, chega a ser incoerente ela mudar de personalidade no final se adequando exatamente ao que o King queria numa mulher. Nunca um nome combinou tanto para uma personagem. Para o King, com certeza Amélia é que era mulher de verdade... Li um comentário sobre esse livro que achei bem espirituoso: Se você, como eu, está meio surtado e precisando ver que seu momento ruim não é o pior do mundo todo, pegue Amélia e vá ler. Você verá que o que está ruim, sempre pode ficar pior, rs. É sobre isso, quando Amélia estava no fundo do poço, ao invés de subir a escada ela desceu pelo alçapão. Não gostei dos acontecimentos, mas sim, a história me prendeu e eu queria muito saber se ao menos cairia um raio na cabeça do King em algum momento, kk. Há também uma trama secundária envolvendo o irmão de Amelia, Quinn, que se apaixona pela filha de um bandido procurado. Mas esse casal não me cativou significativamente. Achei meio bleh, ao contrário do ótimo casal secundário de Nora (sequência de Amélia).
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