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A traição do duque
Sinopse:
Bastardos impiedosos - Livro 3
Grace Condry passou a vida fugindo do passado. Ainda jovem, foi traída por Ewan, seu único amor, e forçada a crescer nas ruas. O tempo passou e ela se tornou a rainha do submundo de Londres. Grace é perspicaz, destemida e nunca enfrentou um inimigo que não conseguisse vencer... até que o homem que um dia amou decide retornar. Perseverante e implacável, Ewan, agora Duque de Marwick, passou uma década à procura da mulher que perdera, mas que nunca deixou de amar. Agora que finalmente encontrou Grace, ele fará de tudo para reconquistá-la e torná-la sua duquesa. Mas reconciliar-se com Ewan é a última coisa que Grace deseja. Incapaz de esquecer o passado, ela promete vingança, o que implica mantê-lo por perto. Em pouco tempo, porém, Ewan revela ser totalmente diferente do que Grace imaginou: alguém a quem não se pode resistir, mesmo que se entregar ameace o mundo que ela construiu, a vida que reivindicou... e o coração que jurou que Ewan nunca mais roubaria.
O que eu achei:
Dos três, o último livro da trilogia era o que eu mais botava fé. Desde o início havia uma aura de mistério em torno dos motivos que haviam levado o Ewan a trair seus irmãos e a garota que amava pra ficar com a herança do duque. Mas os incômodos com a história começaram já no reencontro do casal, foram se multiplicando e não acabaram mais, meu interesse pela trama esfriou rápido e tudo começou a ficar cada vez mais forçado e difícil de engolir. Uma pena. Foi só aqui no último livro da trilogia que percebi o quanto o trio principal – Devon, Whit e Grace – era hipócrita. Criminosos que enriqueceram ilicitamente e que se julgavam moralmente superiores ao Ewan. Até o argumento de que Ewan usurpou o lugar de Grace não se sustenta já que ela não era filha do duque, e nem havia sido devidamente registrada, ao passo que ele ao menos era. Enfim, a aguardada redenção do personagem também é estranha e decepcionante, uma vez que ele simplesmente passa um ano fora e volta outra pessoa, o tipo de cara que prefere apanhar, sofrer e deixar que pensem mal dele a dizer a verdade de uma vez por todas, uma coisa tão simples, uma conversa, e tudo estaria resolvido. Ewan era um personagem que tinha muito potencial, mas aqui se mostrou raso, estúpido e sem personalidade. O que falar daquele final? Ele põe fogo na mansão e forja sua própria morte deixando de ser o duque... caramba, por que não fez isso desde o início? Por que não usou o dinheiro antes disso para ajudar os necessitados daquele bairro pobre? Achei uma forma bem estúpida de se vingar (de alguém morto, ainda por cima), amo uma passagem em De repente uma noite de paixão (Lisa Kleypas): "Se quer se vingar do seu pai e dos seus irmãos pelo modo como o trataram, sugiro que se dedique a ser feliz". Eu li isso e nunca mais esqueci.
Sobre a Grace, eu cria que teríamos uma protagonista decidida e cativante, como as apaixonantes Gillie (O amor de um duque), Freyja (Ligeiramente escandalosos) e Rionna (Apaixonada por um highlander), por exemplo, e no entanto o que encontrei aqui foi uma mocinha chata, absurda e dotada de capacidades irreais que desafiavam constantemente minha suspensão de descrença. Grace anda pelos becos pobres e imundos de Londres vestida de fios de ouro, afinal ela é a rainha do submundo, é incrivelmente forte, escala prédios e anda pelos telhados, tem habilidades de uma super espiã, ela luta contra homens mais fortes que ela e ganha facilmente, nunca sai com um olho roxo ou um nariz quebrado, sua carinha é sempre linda, seu corpo, sempre esbelto. É claro que anos de lutas brutais nas ruas não a deixaram marcada. Juntos, esses dois são intragáveis, que casal problemático! Primeiro que é pouco crível pensar num amor tão arrebatador que se inicia aos 12/13 anos (crianças!!!), daí passa-se 20 anos e o casal ainda se ama loucamente. Após todo esse tempo, é de se supor que o reencontro seja emocionante, marcado pelo avalanche de mágoas e mal-entendidos vindo à tona, é de se pensar que conversem, mas Grace resolve espancar o Ewan pra se vingar pela suposta traição de anos atrás (de quando ele era praticamente uma criança) e depois, no decorrer da história, eles fazem sexo em toda e qualquer oportunidade. Af, eu detesto quando o casal ignora assuntos importantes e resolve tudo com sexo. Que cenas constrangedoras. E quando uma das partes recorre à agressão física acaba o encantamento pra mim. Parem e pensem por um instante se fosse o inverso: um cara dando uma lição repleta de socos numa mulher, se vingando de uma suposta traição dessa forma. Muito problemático e abusivo, né? Pois é. Esse livro essa série não funcionou pra mim. :/
Au revoir.
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